sábado, 10 de julho de 2010

HISTÓRIAS QUE CHEGAM COM A NOITE

"A lua girou girou
Lá no céu fez um compasso
Eu hei de fazer um dia
Travesseiro do teu braço"
(quadrinha popular)


"Tudo à noite é diferente. Por isso, para entender essa história precisamos mergulhar numa consciência noturna, um estado no qual percebemos com maior rapidez cada estalido ou ruído.

É à noite que ficamos mais próximos de nós mesmos, mais próximos de idéias e sentimentos essenciais que não são tão registrados durante o dia." *


Foi na Livraria Café & Cultura, que fica aqui em Guarulhos. Um lugar muito agradável, que vale a pena ser conhecido! http://livrariacafeecultura.blogspot.com/ 

Os amigos foram chegando, apesar do trânsito louco, potencializado pela inauguração de uma ponte na cidade.

Éramos nós, os que nos permitimos escutar aquelas histórias, tão bonitas...

Quando o manto da noite embrulha o dia, as histórias chegam... 

 
A noite que aconselha... Bóte uma noite no meio...**


O homem que quer viver o sonho da mulher...***


"Correr não é o que devemos fazer... Como vemos na história, sentar e balançar é o que devemos fazer. A paciência, a paz e o balanço renovam as idéias."*

  
Pra mim, é sempre um momento mágico, espiritual...

"Sempre que se conta um conto de fadaas, a noite vem. Não importa a hora, não importa a estação do ano, o fato de uma história estar sendo contada faz com que um céu estrelado e uma lua branca entrem sorrateiros pelo beiral e fiquem pairando acima dos ouvintes...

Às vezes, ao final de um conto, o aposento enche-se de amanhecer; outras vezes um fragmento de estrela fica para trás, ou ainda uma faixa de luz rasga o céu tempestuoso.
E não importa o que tenha ficado para trás, é com essa dádiva que devemos trabalhar: é ela que devemos usar para criar alma." ****
Muito agradecida  às meninas da Livraria Café & Cultura pelo convite e pelo acolhimento!

Muito agradecida pelos amores, amigos e convidados que estiveram conosco, quando as histórias chegaram com a noite...

Dia 29/07/10, uma quinta-feira, a gente tem o próximo encontro... um sarau!!!

Inté. 

* "Os três cabelos de ouro" Clarissa Pinkola Estés
** "Conselhos da Noite" Heloisa Prieto
***  " Entre leão e unicórnio" Marina Colasanti
**** Mulheres que correm com os lobos - Clarissa Pinkola Estés



Contação na Praça Getúlio Vargas - Botando a palavra pra andar!!! 17/06/10

Manhã gostosa... um Sol bacana...

O pessoal da OAB oferecia serviços gratuitos à população...

E eu fui pra frente da fonte. Convidei algumas pessoas mas neste dia tava todo mundo desconfiado... Pensei que era por conta do carro da OAB, parado bem ali perto. O pessoal acha que a gente tá oferecendo alguma coisa pra eles comprarem ou pra falar de religião...

Vai daí que uma mulher parou com seus filhos e quis ficar...  


E a história chegou...


Outro moço, profissão: palhaço, parou também.


Logo em seguida, uma senhora com o neto nos fez companhia... 


E a história cresceu...


A Luciana, minha ex-aluna, chegou e garantiu as únicas fotos que tenho desse momento. Brigada, Lu!!!
 
 
E é assim... Tem sempre quem queira escutar uma história...
Não tenho como registrar todos os encontros mas posso garantir que todos são importantes pra nós que estamos juntos.

Muito agradecida à todos que estiveram conosco e se deixaram voar...
Inté.



CICLO JOANINO

Dias 12 e 13/06/10 teve Festa!!!

 

Quando o André do Circo_Los Xerebas me convidou pra essa festa, fiquei muito satisfeita: êita que delícia!


Daí comentei com ele que fazia parte da Comissão Paulista de Folclore - Núcleo Baquirivu. A gente conversou sobre o Ciclo Joanino, que se inicia no primeiro dia do mês de junho.*

Tem coisa mais gostosa do que uma festa desse jeito? Tudo lindo, no meio das árvores que ficam no fundo do teatro Nelson Rodrigues - espaço de tantas manifestações bacanas que já aconteceram na cidade...

Bandeirinha...


Fogueira...

Mastro...
Rancho com moda de viola...


Barracas com alimentos...
Altar...
Quadrilha... 
De palhaço...
 
Correio elegante...De palhaço...
Rancho de histórias... Eu estava lá, contando histórias, participando da quadrilha e servindo cafezin de São Benedito do rancho.

 


Me lembro das festas que a gente fazia em casa, quando eu era criança. Era sempre no fundo da casa, de chão batido. Muita bandeirinha, fogueira, quentão e...quadrilha!!!

Muito agradecida aos Xerebas pelo convite e pela oportunidade de reviver momentos mágicos de minha infância!!!

Muito agradecida a todos que compareceram e se encantaram conosco!!!

Inté ano que vem, que tem mais, na certeza!



* Festa joanina ou Festa junina?


Rossini Tavares de Lima
Desde criança, uso, como toda a nossa gente, para designar não só as festas de São João, como as dos três santos de junho, o termo "joanino". De uns tempos para cá, entretanto, coisa de quatro ou cinco anos, alguém mal avisado sugeriu para substituir a tradicional designação o vocábulo "junino". E hoje, também os eruditos falam em "festa junina" e não mais em "festa joanina", acrescentando, a título de explicação, que as festividades nada têm a ver com São João ou João, mas com Juno ou Junho.
No entanto, tenho a impressão de que a razão está, ainda desta vez, com a sabedoria popular, que sempre chamou de "joaninas" as festas de junho.
Parece-me inaceitável o vocábulo "junino" pelas seguintes razões:
1) em português, o vocábulo que designa as festas de Juno é "junónia" e nuna "junina" (ver Cândido de Figueiredo, Dicionário);
2) os fogos e fogueiras, características essenciais das festas, participam do culto de Vesta ou Héstia e não de Juno;
3) o termo "junino" não está dicionarizado e nem tão pouco é vox populi.
Prefiro continuar usando o termo "joanino", porque:
1) assim foi sempre utilizado pelo nosso povo e, segundo Frazer (Golden Bough), jamais deveremos apelar para uma idéia complexa, desde que uma idéia mais simples esteja à nossa disposição e seja aprovada por testemunhos explícitos da própria gente;
2) na tradição européia, da qual procede a nossa, a festa mais importante do mês de junho é a de São João, a qual compreende um verdadeiro ciclo, que não é limitado à vigília e ao dia do santo, mas se estende por sete dias até São Pedro;
3) os elementos das festas de junho — levantamento do mastro, fogueira, fogos, artes, cerimônias mágicas, danças de roda — são específicos ao ciclo de São João;
4) em alguns lugares da Europa, como em Nice, na França, o próprio mês é chamado "mês de São João" (Van Gennep, Manuel de folklore français).
Portanto, julgo mais acertado usar-se a expressão "festa joanina" e assim eu continuarei a fazê-lo como estudioso da cultura do meio popular brasileiro, até que me provem o contrário.
(Lima, Rossini Tavares de. "Festa joanina ou Festa junina?". A Gazeta. São Paulo, 09 de junho de 1954)