Minha mãe me conta da época difícil de quando ela estava grávida, me aguardando. O dinheiro era muito curto. Daí um dia, quando ela ia pra feira – na hora da xêpa, claro! -, parou pra conversar com a Dona Maria Gorda, sua vizinha; que deixou uns bifes de fígado fritando, enquanto conversava com minha mãe. O cheiro do bife fritando entrou bem nas narinas da grávida mulher, chegando na casa de sua vontade...a boca da coitada encheu de água! A vizinha perguntou se ela estava servida, mas minha mãe, envergonhada, não aceitou e agradeceu. Foi embora com aquela vontade que mata, aquela que só conhece quem já sentiu, a de grávida! Êita vontade louca e inexplicável, esta!!! Meu pai até tirou um vale quando pôde pra comprar ¼ de bife de fígado, mas não deu, ela já tinha passado...
Vai daí que, quando eu nasci, minha mãe foi logo procurar alguma marca em meu corpo. E lá estava! Na parte de baixo do braço direito, como uma chupada bem dada, uma mancha que imitava um pintinho na forma, com uma cor danada de bife de fígado!!! Tá aqui até hoje, já não tão pintinho assim...mas da cor do bife de fígado.
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