Viva!
Encerramos o ciclo.
O III Encontro de Contadores de Histórias de Cultura
Tradicional aconteceu no XVII Revelando São Paulo.
Chegamos cedo, eu mais meu amor-artista-companheiro - conhecido como Cláudio Donato.
Na entrada do “mundo” que é o Revelando, encontramos um
canto e ficamos impressionados com o tamanhão.
Todas as chitas que recolhi até agora, mais as que a amiga
Reiko emprestou, foram as escolhidas para cercar as nossas histórias com suas
muitas flores. Uma delas foi responsável
por quebrar o canto, que não precisava pra acumular; virou lugar de se ajeitar.
Estendemos o tapete, que nem quando a gente quer que a sala
fique mais aconchegante e espalhamos almofadinhas no chão... A amiga Tâmara foi
vendo tudinho e mandou de presente os móveis da casa: um banco pra prosear,
mais uma porção de toco que arrumamos num círculo, pra que a turma toda pudesse
sentar.
Eu convidei bastante gente!
E veio gente de perto, de mais ou menos perto, de longe e de
muito longe pra contar as histórias que chegavam.
Teve visita com tudo que é sotaque, reencontramos amigos,
fizemos novos amigos e o tempo foi sentido de outro jeito afinal, o tempo do
Revelando é outro.
Algumas visitas vinham todo dia e já não precisavam mais
pedir licença... Depois de um tempo, a
pessoa não é mais visita; vira moradora:
Bete veio de Cruzeiro, trouxe seu violão e sua voz poderosa
de linda, logo na primeira hora do dia e sempre sem energia elétrica, que quer
dizer sem microfone.
Jacy Pataxó vinha quietinha com sua doçura e quando começava
a contar, a gente escutava seu tamanho e sua força de mulher guerreira. Nunca
vi explicação de nome mais bonita do que a da sua etnia: Pataxó. A música do
passarinho vinha em minha cabeça todo dia pela manhã.
Maria Sardinha chegava já pronta, com brinquinhos e sorriso
largo pra brincar com a véia da cacarada e sua música, que teimava em aparecer
de noite, quando eu ia me deitar.
Coronel Kalon Gypsie Kambulin, do povo cigano, desfez
mentiras e me aguçou a curiosidade sobre o acampamento e costumes de um povo
tão antigo.
Foi chegando mais visita, mas foi tanta... O Povo das
Histórias chegou e encantou mais ainda o espaço!
Teve todo jeito de contar: com violão, com percussão, com
acordeom, com a cantiga entoada, com a brincadeira embalando o corpo, com o
boneco que falava, com o jeito caipira e moda de viola, com o corpo que contava
e com somente a voz encorpada.
Quero que vocês recebam as imagens e que elas possam colaborar para que sintam a
atmosfera criada nesses oito dias que estivemos no Parque da Vila Guilherme, acolhidos
pelo Revelando São Paulo, o grande Encontro da Cultura Paulista Tradicional.
Fiquei honrada por organizar este Encontro!
Gratidão, querid@s amig@s contador@s de histórias!
Gratidão, querid@s amig@s contador@s de histórias!
Oito dias. Se oito é infinito...
Que seja infinito!
Inté.
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