terça-feira, 1 de outubro de 2013

III Encontro de Contadores de Histórias de Cultura Tradicional

Viva!

Encerramos o ciclo.

O III Encontro de Contadores de Histórias de Cultura Tradicional aconteceu no XVII Revelando São Paulo.

Chegamos cedo, eu mais meu amor-artista-companheiro -  conhecido como Cláudio Donato.

Na entrada do “mundo” que é o Revelando, encontramos um canto e ficamos impressionados com o tamanhão.

Todas as chitas que recolhi até agora, mais as que a amiga Reiko emprestou, foram as escolhidas para cercar as nossas histórias com suas muitas flores.  Uma delas foi responsável por quebrar o canto, que não precisava pra acumular; virou lugar de se ajeitar.

Estendemos o tapete, que nem quando a gente quer que a sala fique mais aconchegante e espalhamos almofadinhas no chão... A amiga Tâmara foi vendo tudinho e mandou de presente os móveis da casa: um banco pra prosear, mais uma porção de toco que arrumamos num círculo, pra que a turma toda pudesse sentar.

Eu convidei bastante gente!

E veio gente de perto, de mais ou menos perto, de longe e de muito longe pra contar as histórias que chegavam.

Teve visita com tudo que é sotaque, reencontramos amigos, fizemos novos amigos e o tempo foi sentido de outro jeito afinal, o tempo do Revelando é outro.

Algumas visitas vinham todo dia e já não precisavam mais pedir licença...  Depois de um tempo, a pessoa não é mais visita; vira moradora:

Bete veio de Cruzeiro, trouxe seu violão e sua voz poderosa de linda, logo na primeira hora do dia e sempre sem energia elétrica, que quer dizer sem microfone.

Jacy Pataxó vinha quietinha com sua doçura e quando começava a contar, a gente escutava seu tamanho e sua força de mulher guerreira. Nunca vi explicação de nome mais bonita do que a da sua etnia: Pataxó. A música do passarinho vinha em minha cabeça todo dia pela manhã.

Maria Sardinha chegava já pronta, com brinquinhos e sorriso largo pra brincar com a véia da cacarada e sua música, que teimava em aparecer de noite, quando eu ia me deitar.

Coronel Kalon Gypsie Kambulin, do povo cigano, desfez mentiras e me aguçou a curiosidade sobre o acampamento e costumes de um povo tão antigo.

Foi chegando mais visita, mas foi tanta... O Povo das Histórias chegou e encantou mais ainda o espaço!

Teve todo jeito de contar: com violão, com percussão, com acordeom, com a cantiga entoada, com a brincadeira embalando o corpo, com o boneco que falava, com o jeito caipira e moda de viola, com o corpo que contava e com somente a voz encorpada.

Quero que vocês recebam as imagens e que elas possam colaborar para que sintam a atmosfera criada nesses oito dias que estivemos no Parque da Vila Guilherme, acolhidos pelo Revelando São Paulo, o grande Encontro da Cultura Paulista Tradicional.

Fiquei honrada por organizar este Encontro!

Gratidão, querid@s amig@s contador@s de histórias!

Oito dias. Se oito é infinito...

Que seja infinito!



Inté.