terça-feira, 17 de julho de 2007

Gente independente, também precisa de outra gente...

Dia desses, minha mãe sofreu um golpe por telefone. Disseram que meu irmão havia sido seqüestrado.

Não preciso dizer que a mãe, se não morreu de nervoso, quase morre de alegria, quando recebeu a ligação do meu irmão. Ele não tinha sido seqüestrado; estava bem e seguro em sua casa. Minha mãe foi vítima de um golpe muito malvado.


Mas isso só aconteceu, porque era o meu irmão o suposto seqüestrado. Se fosse eu, a filha, ela desligaria o telefone, assustada. Depois, viraria pro meu pai e diria: _Modesto, alguém ligou dizendo que a Débora foi seqüestrada! Mas tudo bem, né? Há essa hora ela já deve ter dado na cara do seqüestrador, feito um discurso daqueles e convencido o moço que ele tem que libertá-la; a Dé sabe se virar...

É isso que dá, ser independente desde cedo...nem a mãe da gente acha que a gente precisa dela...

Quem não se conformava com minha independência era a minha avó Maria. De jeito nenhum! Ela vivia me espreitando...me seguindo...crente que algo ruim aconteceria a qualquer momento.

E foi por causa de uma intuição dessas, de uma espreitada, que ela acabou por salvar a minha vida...

A Mirela era uma menina que também morava na Rua Fábio Luis, em uma casa bem bonita e grande, de gente rica! Todo mundo queria ir à casa da Mirela porque lá tinha piscina e um monte de brinquedo bacana.

Um dia, a menina foi brincar comigo em casa, na varanda...eu tinha esquecido (mas ela, não) que a gente havia brigado e eu bati bastante nela. A raiva da surra tinha ficado guardada lá dentro da Mirela, esperando o melhor momento de sair e vingar-se! No que eu virei pra pegar o bulinho de café (a gente brincava de casinha), a doida pulou em cima de mim, passou o seu braço pelo meu pescoço e me asfixiava, bufando de tanto fazer força! Eu não conseguia mais respirar e achei que naquele momento um anjinho viria me buscar. _Eu vou morrer, agora! (pensei). Quando, de repente, surge a minha avó Maria, que deu um empurrão na Mirela, salvando minha vida, graças à sua mania de ficar me espreitando!!!

Penso que cheguei a ver um anjinho rindo da minha cara...quase né?!

A Mirela foi proibida de chegar perto de mim, mas no outro dia a gente tava brincando de “As Panteras” correndo na Rua Fábio Luis, eu a Mirela e meus primos...

É por isso que eu falo: até a gente, que é bem independente, precisa de outra gente, assim que nem a minha mãe e a minha avó, que faz qualquer coisa pela gente!!!

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