sábado, 29 de março de 2008

Contação de Histórias na Praça Getúlio Vargas - 29/03/08 - Botando a palavra pra andar!

HOJE NÃO TEM FOTO, VIU?

Passei na praça às 10h. Tinha um bocado de gente admirando a fonte...aproveitei eles estarem encantados e fui, rapidinho, até a copiadora lá perto pra encomendar um serviço.

Quando voltei, tinha um grupo me esperando...eram umas pessoas que participaram da contação semana passada. O grupo daquela criança de alma educada, lembram? Pois é, tomei bronca por estar "atrasada": "_Cê disse dez e pouquinho e já são dez e vinte! A gente achava que cê não vinha mais!!!".

Gostei de levar bronca, acreditam? Nunca que eu imaginei que gostaria disso...muito bom mesmo a gente saber que o trabalho é lembrado, que as pessoas querem mais...sempre haverá mais...
Três garotas que estavam por ali - a Alessandra, a Aline e a Amanda - chegaram mais perto, com uma outra senhora (esqueci o nome dela...que feio!).

Contei alguns mitos gregos, outros da cultura popular brasileira, algumas histórias da minha avó, falei da Sherazade...mas o mais legal foi quando eu contava a fábula "A galinha dos ovos de ouro", do La Fontaine: na parte da história em que o fazendeiro mata a galinha e corta a barriga dela pra achar a máquina de fazer ovo de ouro - e percebe que por dentro era uma galinha como todas as outras galinhas, uma das meninas perguntou pra mim:

"_Ah! Eu não acredito! Como é então que ela fazia pra botá ovo de ouro?!"
Eu disse pra ela que a galinha era mágica, e ela gostou.

Na história, de origem árabe, "As mil e uma noites" a senhora cujo nome eu não me lembro, disse assim:
"_Ai, que bonito o amor, né? Tá vendo como a história leva amor? Ela conseguiu transformar o homem porque quando a gente ouve história, dá um sono danado. Daí ele amoleceu e ficou bom."

No mito grego "Deméter e Perséfone" - Hades rapta Perséfone (que ainda era Core). Nessa hora, aquela menina que não acreditou na galinha que botava ovo de ouro sem máquina, com a boca aberta falou assim:
"_Mas ó, isso tudo é invenção sua, né?"
Daí eu disse que não, terminei a história e conversei com elas sobre os mitos. Foi muito bacana! Elas acham que tem muito Hades espalhado pelo mundo, inclusive na Praça Getúlio Vargas...
"_É bom ficar mais esperta..."

Saímos juntas da praça.
Gostei de conhecer as meninas.
Elas disseram que voltarão.
Eu espero que sim.

Um comentário:

  1. Dedé,
    Tua palavra falada, contada, cantada, vem modificando o clima da praça, das ruas, da cidade... são crianças, jovens e adultos que já te esperam e ficam felizes em ouvir e serem ouvidos. Que legal, não é?
    "Minha palavra cantada pode espantar e aos seus ouvidos parecer exótica... mas acontece que eu não posso me deixar levar por um papo que já não deu, não deu..." já dizia o velho baiano.
    A gente adora e te adora!
    Beijo, queijo,
    Mary

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